
A Loja Mágica
Ela está por aí
Ninguém sabe exatamente o lugar exato, nem seu formato
Ninguém sabe se ela é um prédio espelhado
Uma banca de feira, uma bomboniere
Ou uma casinha colorida no meio da campina
Mas ela existe
Ninguém sabe, ao certo, como é o vendedor que trabalha lá
Se é homem, mulher, novo, velho
Ou qualquer uma dessas coisas de aparência física
Apenas se sabe do seu trabalho
Alguns dizem já terem a encontrado e que nem cobram o frete no pedido
Outros, que ainda não a acharam e continuam procurando
Tem também os que se dizem amigos do vendedor
E os que a visitaram em nome de outros
Mas todos, sem exceção, sabem como ela funciona
E que realmente é uma loja mágica
A única do tipo, sem concorrência
O único lugar no universo, onde você pode trocar qualquer coisa ruim por algo bom
Funciona vinte quatro horas por dia (não tem nem fechadura na porta)
E não distingue domingos e feriados
Eles dizem que é uma troca equivalente, sem o aceite de devoluções
E sem taxação de impostos
Você deixa algo ruim e sai com algo bom
Parece justo
As coisas boas são a especialidade da casa
E também o único tipo de produto
Visite a loja quando precisar
Pode ser que te ofereçam um pedaço de bolo de chocolate e refresco
Mas não pode tirar foto
É uma loja mágica, não bagunce as coisas
Um casal de velhinhos me contou que já estiveram na loja e conhecem o vendedor
E que não é tão difícil encontrá-la, basta saber onde procurar
Eles riram, joviais, quando pedi o endereço
“A loja não tem um lugar fixo”, a senhora me disse. “Ela não tem forma definida mas se disfarça de várias maneiras, em vários lugares. ”
E continuou.
“Às vezes ela se disfarça em uma amizade, as vezes em uma viagem, em um momento de alegria, em uma conversa boba ou em um cochilo sábado à tarde, não importa como ela se apresenta, a loja sempre estará aberta a quem precisa e a quem está disposto a ajudar.
Mas só há um caminho para chegar lá: Siga para o norte pela Rodovia do Amar. “

