Uma borboleta colorida plana pela grama
Dança pelos raios de sol que evaporam o orvalho
Formando pequenos arco íris imperceptíveis na relva tranquila
Com atenção o suficiente, adicionando certo esforço, é possível de ouvir o vento leve balançar a grama feliz
Ouvir o bater das asas da borboleta
E o cair da última pétala de cerejeira a tocar o chão, desfazendo os arcos coloridos
O mundo gira
A vida segue
O tempo faz seu trabalho linear
Unidirecional
E logo não há mais nada ali
Sequer a lembrança brilhante de uma alma ardente
Ao abrir os olhos
Não há nada além da escuridão
A privação dos sentidos é sentida
Mesmo sem saber qual a sensação dos sentidos
Não há dor
Não há medo
Apenas uma ideia de se estar com olhos abertos
Em total paz e suspensão
Não há nada além de uma indescritível tranquilidade sem recordações
Ah
Brilho eterno de uma mente sem lembrança
Bendita é a voz que o coração e a mente alcançam
Flutuante no espaço à espera de vida
Brilho eterno de uma nova chance
O calor aquece aquele que ama
Brilho eterno de uma alma refletida no espelho
A sabedoria de levantar-se dos joelhos
Brilho eterno
O espírito que clama
A própria voz que demanda
Uma nova flor que brota
A planar pela grama
Brilho eterno
Os olhos abertos de uma criança
Vindo ao mundo sem saber como chama
Brilho eterno
Da escuridão a luz
Para novas lembranças