
Carícias
O toque era suave bem como firme.
Os dedos passeavam levemente sobre a cabeça e os cabelos iam se entrelaçando no vai e vem dos dedos naquele carinho singular.
E como era quente.
A mão carregava aquele tipo de calor confortável de debaixo das cobertas em uma manhã de inverno, seria um grave pecado pedir para parar.
O coração parecia em duvida.
Ora batia rapidamente dentro do corpo que passava a respirar ofegante, ora se acalmava e a respiração passava a ser profunda e carregada.
Naquela união não cabia mais nada.
O braço que mantinha o abraço, vez ou outra passeava por entre as costas, oferecendo um cardápio com todos os tipos de desejos.
Ou apenas conforto.
Mas era a pélvis que praticamente indicava que bastava escolher para levar.
Seria necessário apenas se mover um centímetro para começar algo a mais ou acabar com todo o momento.
Os olhos e a boca eram um conjunto de respeito e espera, demonstrando que aceitariam como aquilo terminaria.
A intenção ali não era de segunda classe.
Era pura.
E poderia deixar de ser.
Era carinho.
Do que serve para acolher uma alma cansada.
Ou para causar um incêndio.
Era para confortar.
Ou ofegar.
E era apenas um cafuné.

